Uma pesquisa realizada no Ambulatório de Adolescentes e Drogas do Serviço de Infância e Adolescência do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da USP mostrou os efeitos negativos das drogas na comunicação e na linguagem.
Desde 2004, o fonoaudiólogo Christian César Cândido de Oliveira selecionou 31 adolescentes usuários de drogas que fazem tratamento no hospital, para analisar as mudanças no discurso oral. Ao final da pesquisa, em 2005, foi comprovado que os usuários desenvolvem hesitação excessiva, gagueira, dificuldade de articular discursos e muitas pausas entre as palavras.
Quando submetidos às gravações, os jovens foram incentivados a entrar em abstinência, para conferir os resultados das próximas sessões e a prolongar o tratamento. Também foi observado que o tempo médio de abstinência entre os usuários da maconha aumentou de 6 para 17 semanas após o método e que o tempo médio de tratamento aumentou de 13 para 30 semanas.
‘Os problemas de saúde causados pelas drogas nos jovens são muito mais sutis do que os emocionais e sociais. Neste caso, o problema da fala influi em sua convivência social, deixando-os menos aptos a estabelecer relações que são tão importantes nesta fase’, declara o fonoaudiólogo.
A pesquisa é aplica até hoje no tratamento de desintoxicação, como uma forma de conscientizar os jovens sobre os efeitos das drogas e os incentivar a prosseguir com o tratamento.